Refutações Sofísticas

segunda-feira, 8 de junho de 2009


Aristóteles começa o texto trazendo a idéia de que alguns raciocínios são genuínos, outros parecem que são mas não o são, com isso, começa uma discussão referente a refutações sofísticas, aquelas que parecem ser refutações mas são falácias, de acordo com Aristóteles isso não ocorre simplesmente com argumentos mas sim, em toda parte mediante a similaridade entre o genuíno e o simulacro. Esta realidade ocorre tanto na realidade física quanto na inanimada, desta forma, o autor sintetiza que existem tanto silogismos quanto refutações que, embora pareçam autênticos, não o são.
Ele se preocupa também em subdividir os argumentos empregados na discussão, para ele existem os: instrucionais; que são aqueles que raciocinam a partir dos princípios relativos a cada assunto e não das opiniões do locutor, os dialéticos que são aqueles que raciocinam a partir de premissas comumente aceitas, contraditoriamente a uma tese dada, os examinacionais que são aqueles que raciocinam a partir de premissas que são aceitas pelo locutor e que qualquer um que pretenda adquirir conhecimento do assunto está comprometido a pensar através da maneira que o assunto foi definido, por tanto consiste no contra-argumento, e os contenciosos que são aqueles que raciocinam ou aparentam raciocinar para uma conclusão a partir de premissas que parecem ser comumente aceitas mas não o são, se colocam então como uma falsa aceitação de idéias.

Diante disto, Aristóteles expõe metas que polemizam a aceitação de idéias, esses alvos são levados a cabo por aqueles que argumentam como competidores e rivais tentando levar o seu opositor para diferentes conclusões, as metas são: refutação, que é o argumento que invalida uma opinião, a falácia, esta que constitui-se de argumentos que parecem verdadeiros, opinião extraordinária (paradoxo) meta que visa deixar evidente um argumento correto mas que tem como conclusão um argumento errôneo, o solecismo que interessa em fazer o responsável discursar em termos rudimentares ou incultos (expressão não-gramatical), e por fim a meta de reduzir o interlocutor a redundância.
Aristóteles então informa que há duas formas de refutar; a primeira é aquela que tem relação com a linguagem e a segunda aquele que não tem essa relação. Na primeira forma, há uma divisão entre: homonímia (a equivocação), a ambigüidade (o que pode ser entendido igualmente em duas acepções), a combinação (quando as palavras só fazem sentido quando estão combinadas, a divisão (quando a frase dividida, não propõe o mesmo significado, mesmo quando é tomada como um todo), a prosódia e a figura de linguagem (o que não é o mesmo é expresso da mesma forma).
As refutações que não se reportam a linguagem são identificadas pelo autor em sete causas: as ligadas a falsa equação do sujeito e do acidente, que consiste na adição do atributo de uma coisa a cada um dos acidentes daquela coisa, aquelas nas quais uma expressão é empregada absolutamente, ou não absolutamente, fazendo com que predicados opostos possam ser utilizados de forma similar, as ligadas à ignorância da natureza da refutação, onde não fica definido de forma clara o que é a refutação, aquelas ligadas ao conseqüente, ocorrem quando há uma conversão falsa do conseqüente, as ligadas à suposição do ponto original a ser demonstrado; quando se quer provar o que não é evidente por si mesmo mediante a ele mesmo, as de confusão da causa com o que não é causa, como ocorre nos argumentos retóricos, procurando por contradições entre as opiniões do respondente e ou suas próprias afirmações ou as opiniões daqueles cujas palavras e ações ele admite estarem corretas e por fim, a causa gerada pela reunião de várias questões em uma, ele aponta a proxilidade como recurso para a construção de uma refutação, neste sentido afirma que a refutação está relacionada também a rapidez, a ira e o espírito de contenda.
Aristóteles conclui refutações sofisticas trazendo em pauta a discussão das fontes das questões e do como devem estas ser formuladas nos argumentos litigiosos. Ele coloca como objetivo tratar da resposta, de como são produzidas as soluções, de quais são seus objetos e a qual propósito tais argumentos servem, sua advertência é de que devemos argumentar com plausibilidade e fazer isso com a verdade, resolvendo as questões em conformidade com a verdade.
O texto traz de forma bastante sistemática vários elementos importantes no tocante a refutações, embora haja a subdivisão constante de formas, ele se faz importante para a analise e argumentação frente a diferentes refutações empregadas em textos filosóficos.

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