Tomas de Aquino e a prova da existência de Deus a partir da contingência do mundo

terça-feira, 10 de novembro de 2009


Para compreender a argumentação referente a prova da existência de Deus por meio da contingência do mundo, faz-se inicialmente necessário a análise da compreensão acerca da eternidade a partir de Tomas de Aquino para ele, seguindo um padrão grego e aristotélico de infinito positivo e negativo, existem duas formas de eternidade, uma eternidade negativa e outra positiva, a primeira é entendida como limitada, incompleta e imperfeita, aquela que não possui toda a perfeição, mas é eternidade enquanto não goza de um início ou término no tempo, possui o ser relativo, não como o ser completo, dessa forma é contingente, pois não tem toda a perfeição não gozando assim da possibilidade de ter em si a razão de si. E a segunda, a eternidade positiva é sem limites, posse perfeita de uma vida interminável, é o puro ser e não pode não ser, é uma eternidade necessária, ela convém somente a Deus.
Entendendo este principio se pode observar que, na eternidade negativa, estão as coisas, o mundo pois é contingente, sendo contingente não tem em si a razão de si, a partir disto é necessário uma compreensão a respeito da essência e da existência das coisas ou do mundo. É importante salientar que a essência e a existência para Tomas de Aquino são coisas distintas, sendo assim, a essência não confere às coisas a existência, fica então um questionamento, quem a confere? Outro ser, este ser que confere existência a uma determinada essência é necessário para que ela de fato exista. Então esta essência que recebeu a existência é contingente porque não tem em sua essência a razão de sua existência mas tem no ser necessário a sua razão de ser. Portanto o contingente vem do necessário, a existência dos seres contingentes então implica o ser necessário. Deve-se ponderar o fato de que não existem somente seres contingentes, e estes não são estendidos até o infinito, pois se assim o fosse não existiria um ser absolutamente necessário, Tomas de Aquino resolve este problema trazendo a idéia de que deve haver um ser necessário por si mesmo, razão de ser de todo o ser contingente, somente ele seria, pura e simplesmente necessário, ele não está na mesma ordem que os demais, é qualitativamente superior. Neste ser a essência é idêntica a existência, tendo então a razão de sua existência a sua própria essência, além disso, ele é a causa da existência dos demais seres. Este ser no qual foi demonstrado a sua existência, todos reconhecem como Deus. Ele não encontra a causa de sua necessidade, mas é a causa da necessidade para os outros.

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